Live Action: Dicas de organização

live action

Com a vinda do Vampiro: A Máscara 5ª edição para o Brasil, traduzido pela Galápagos Jogos, vamos ver umas dicas para fazer um Live Action com seus amigos.

 

Saudações Aventureirxs!

Um estilo bastante difundido em jogos de RPG da década de 1990 para cá é o estilo Live Action, onde os jogadores vestem seus personagens e agem como eles.

Antes da palavra se tornar popular, essa modalidade de RPG era associado a jogos de narrativa dramática que foram febres na década de 1990, explicando, jogos da série World of DarknessVampire, Werewolf, Mage… – onde era mais fácil vestir o personagem, sem parecer aberrante o suficiente, já que os jogos eram ambientados em dias atuais. Hoje, o estilo se diversificou, e ganhou diversos adeptos de vários outros RPGs espalhados por aí.

live action

Mas não enrolando com história que boa parte dos senhores conhecem, vamos a dicas de como planejar, elaborar, organizar, dirigir, e obter satisfação com esse tipo de jogo de RPG em especial.

Sim, eles podem! Para um Live acontecer, é necessário empenho não só do narrador – ou narradores, iremos falar adiante – mas sim de todo o grupo de jogo.

Um Live tem que ser um evento grandioso para todos os envolvidos, e quando digo grandioso, não quer dizer que precisa ter dezenas de pessoas, ou um local magnífico, para tal ato. Simplesmente todos os participantes envolvidos devem se entregar no projeto de corpo e alma, e só assim, terão a satisfação de participar e comentar nos anos vindouros.

Live Action – Preparação Inicial

Um Live precisa obedecer a critérios de preparação abaixo:

  • Plot principal: é o porque todos estão envolvidos no ambiente do Live. E o desenvolvimento central que todos terão como objetivo.
  • Motivo: similar ao plot principal, esse é o motivo pessoal do personagem em está lá. O motivo seria o gatilho para que o jogador aprecie o Live em uma experiencia de roleplay específica para ele. Essa ideia só pode ser passada para ele, por ele, e com ele.
  • Ambiente: o ambiente deve ter característica que o identifique como local do Live. Os jogadores terão que saber que aquele local representa ou ele mesmo ou outro local fictício para a história do jogo. Não é que o Live transcorra em um castelo, que os organizadores terão que arrumar um na vida real, não acham?
  • Convidados: os jogadores são os convidados dessa “festa” criativa por obrigação, já que vão jogar, mas outros convidados podem ser selecionados para dar “corpo” ao ambiente. A seleção tem que ser cuidadosa, já que não adianta convidar transeuntes que não saibam, ou não entenderam, o que está acontecendo.
  • Preparo organizacional: organizar tabelas, fichas, ambiente, convidados, e demais coisas é uma tarefa árdua para uma só pessoa. O mestre – ou mestres – terá que ter em mente um cronograma do que irá acontecer no ambiente, e coisas que deverão está preparadas para acontecer. Definir limites onde a ação ocorre também é muito importante, pois quando o ambiente é definido, as regras do jogo caracterizado, ou seja, o Live, deverão ser respeitadas.
  • Preparo pessoal: cada jogador também tem que ter seu preparo pessoal. Não adianta ir para um Live sem sua ficha, ou sem saber o que está acontecendo, e o que seu personagem pode saber. Ter conhecimento das regras impostas pelo sistema e pelos narradores é essencial para o preparo pessoal dos jogadores.
  • Regras definidas: a organização tem que deixar claro as regras que deverão ser respeitadas, como limites dos jogadores e do local do Live. Isso é uma característica muito importante, para não estragar o jogo coletivo.
  • Costumes e adereços apropriados: outro quesito importante. E muito legal vestir a fantasia do seu personagem, e os jogadores acharam muito legal, mas as pessoas “comuns” poderão não gostar. Um local apropriado para a troca de roupas e maquiagem é prioridade.

live actionlive action

Para se ter um plot ou motivo para se realizar um live, a exploração do evento desejado tem que ser feita previamente. E muito chato definir um Live como uma simples reunião de membros semelhantes, ou uma festa temática. O live tem que ter o diferencial para ter um bom atrativo: a eleição de um partido político polêmico, uma festa ritualística anual, um julgamento entre membros da fraternidade, ou até uma exposição/leilão de peças misteriosas está valendo.

Definindo o plot central, vamos aos plots individuais, ou seja: “o que raios seu personagem está fazendo nessa reunião?” Se o jogador não procura uma motivação própria dentro do Live, ele somente assistirar a ação toda passar na sua vista, despercebido e alheio a qualquer ato que os outros estejam fazendo. Claro que a interação ao vivo pode ser difícil inicialmente para jogadores mais tímidos ou acostumados com o jogo de mesa, mas isso é mais um motivo para ele se soltar. Ninguém vai morder ninguém, né? (Exceto se for um Live de Vampire… brincadeirinha!)

Live action – Os 8 mandamentos

Em cada livro onde se estimule o jogo Live Action terá regras específicas para o jogo, mas transcrevo aqui as mais comuns:

  1. Não Tocarás. E estritamente proibido o toque agressivo, e até o não-agressivo, em Lives. Aperto de mãos e comprimentos são permitidos, mas puxar a gola do outro jogador simulando estrangulamento deve ser repudiado pelo narrador.mestre.
  2. Não Portarás Réplicas de Armas. Em algumas lendas urbanas RPGísticas, o uso de réplicas de armas, mesmo as de brinquedo e com cores chocantes, é totalmente reprimida. O que um transeunte desavisado visse que tem um punk com uma pistola Nerf apontado para um engravatado faria? Não queria um convidado inesperado no seu Live: a polícia.
  3. Respeita teu Narrador/Mestre. Ele ainda continua sendo o chefe de toda a bagaça. Se de repente choveu sapo, interprete que está chovendo sapo, e não espere que ele “realisticamente falando” vá atrás de um para arremessar em sua cabeça!
  4. Não consumirás Bebidas Alcóolicas. Um fator importante, principalmente se tiver menores envolvidos. Como o Live ainda é uma modalidade de jogo e ao mesmo tempo uma peça não-roterizada de teatro, o consumo desarbitrado de bebidas alcoólicas deverá ser desestimulado.
  5. Saberás os Limites do Jogo. é importante que cada membro do Live saiba onde é o local determinado para a ação de roleplay, e onde não pode ser permitido. E aconselhado terem espaços de descanço (se o Live estiver programado para ser longo), bem como locais onde pode ser um refúgio do stress do jogo, como um local de meditação e concentração para o jogo.
  6. Saberás teus limites. Pergunte até onde você pode se exaltar, os movimentos que poderá fazer, e os locais que poderá se movimentar. Não queira acabar com o live só porque seu personagem pode saltar sobre carros, mas VOCÊ não pode, e quebrou sua perna tentando…
  7. Mantenha informado os transeuntes. A informação é a alma do negócio. Se seu jogo será em sua casa, avise parentes e vizinhos do que acontecerá nas próximas horas. Como dito anteriormente, seria chato ter um convidado inesperado: a polícia.
  8. Tudo isso é um jogo. Não leve para a realidade coisas que deveriam ficar somente na imaginação. Seja sensato e divirta-se.

live actionlive action

Reserve para organizar o Live um mês de antecedência, onde você poderá recrutar narradores auxiliares, saber onde poderá realizar, e convidar os jogadores. Use a seguinte razão para saber quantos chamar, e quanto tempo poderá durar o live:

MESTRE                                                                    1 PARA CADA 10 JOGADORES                                                                                                          
AUXILIARES (MESTRES E/OU NPCS)                  1 PARA CADA MESTRE, E ENTRE 5-15 JOGADORES (DEPENDENDO DO MESTRE)               
JOGADORES                                                            10 PARA CADA MESTRE                                                                                                                     
TEMPO                                                                      MÍNIMO DE 2 HORA (MÁXIMO DE 6) PARA CADA GRUPO DE 15 INDIVÍDUOS NO TOTAL     

O fator tempo não precisa necessariamente ser determinado pela quantidade dos jogadores. Se o narrador/mestre definir que o Live terá 3 horas de duração, a palavra dele é lei. Auxiliares que irão interpretar NPCs não precisam também seguir a regra a risca, mas é sempre bom que cada mestre/narrador pelo menos tenha um auxiliar.

Organização e determinação são fatores vencedores para organizar seu próprio Live Action. Tenha em mente essas palavras, arregace as mangas, e planeje! E depois poste em seu blog o desempenho do evento. Acreditem em minhas palavras: não existe jogo de RPG melhor do que vivenciar na pele seu personagem.

Considerações e Imagens

As fotos expostas nesse artigo foram tiradas do 1º Live Action  de Vampire The Masquerade, realizado aqui em Natal, em 1996, e de um Live Action de Vampire: Dark Ages, realizado em 1999. Eu estou nas fotos, irreconhecível. Existiram outros Live Actions aqui, mas infelizmente eu não tenho as imagens. Quem tiver, comente abaixo para eu entrar em contato e divulgar.

E vamos aguardar ansiosamente a vinda do novo Vampiro: A Máscara, em sua 5ª edição, pela Galápagos Jogos.

E rolem dados!

 

 

 

Noble Knight Games

Acessórios (12) Adaptação (38) Apresentações (17) Blog Antigo (19) Board Games (5) Cinema (8) Contos (10) Dark Sun (13) Downloads (11) Dungeons and Dragons (91) Internerd (13) Jogo Eletrônico (5) Mesa dos Insones (65) Notícias (49) Pensamentos (28) Role-Playing Games (91) Storyteller (6) Teoria (25) Vídeo (6) World of Darkness (6)

Meta