Saudações Aventureiros!
E, para quem surgiu do nada e caiu nesse blog, o modelo GNS é a base teórica da maioria dos jogos de RPG Indies criados na atualidade – e boa parte dos criadores vieram do The Forge.
GNS E OUTROS ASSUNTOS SOBRE A TEORIA DO ROLE-PLAYING
Tradução: Fernando “FenrirX” Afonso.
Revisão: Fernando “FFenrirX” Afonso.
Copyright Adept Press 2001 – 2016
Capítulo 2 – GNS
Fale com alguém que joga RPG, e concentre-se sobre os atos precisos e reais do RPG em si. Pergunte a ele: “Por que você Interpreta? (ou faz role-play?)”. A resposta mais comum é: “Para me divertir“.
Novamente, foque o role-play em si – As questões exclusivamente sociais são mais reais, como “Querendo sair com meus amigos“, mas não é esse o tema abordado – e agora, pergunte: “O que torna divertido?” Isto pode não ser uma questão verbal, e é melhor respondida principalmente através da interpretação das pessoas do que ouvindo-as. Tempo e inferência são normalmente exigidos.
Na minha experiência, a resposta acaba sendo uma versão de um dos seguintes termos abaixo. Nestes termos, ou modos, descrevem-se três tipos distintos de decisões das pessoas e objetivos durante o jogo:
- Jogo ou “Joguismo” (Gamism) é expressa pela concorrência entre os players (as pessoas reais), que inclui a vitória e as condições de perda para os personagens, tanto a curto ou longo prazo, e que refletem sobre as estratégias reais do jogo pelas pessoas envolvidas. Os elementos constantes fornece uma arena para a competição.
- Narrativa ou “Narrativismo” (Narrativism) é expressa através da criação, através do role-play, de uma história com um tema reconhecível. Os personagens são protagonistas formais no sentido clássico Lit 101, e os jogadores são considerados co-autores. Os elementos constantes fornecem material para o conflito narrativo.
- Simulação ou “Simulacionismo” (Simulationism) é expressa por reforçar um ou mais dos elementos enumerados no primeiro conjunto acima, em outras palavras, Simulação amplia e concentra-se na Exploração como prioridade do jogo. Os jogadores podem estar muitos preocupados com a lógica interna e com a coerência experimental de que a Exploração.
Rótulos ou Classificação
Desenvolvendo Premissa em forma prática
Premissas Joguista se foca na concorrência aberta sobre metas meta-jogo. Eles variam a respeito de quem está competindo com quem (Players vs. Players; Players vs GM; etc), que está em jogo, a vitória e as condições de perda, e que tipo particular de estratégia está sendo empregada. Jogo Joguista também varia muito em termos do que é e o que não é previsível (ou seja, ao acaso), tanto em termos de posições de partida e em termos de eventos em curso.
- Posso jogar bem o suficiente a ponto do meu personagem sobreviva aos perigos?
- Posso marcar mais pontos do que os outros jogadores?
- E muito mais, dependendo da disposição e organização dos participantes.
A chave para as Premissas Joguistas é o conflito de interesses entre pessoas reais e é uma fonte de diversão aberta. Não é uma questão de perturbar ou abusar, e certamente não é uma “distração de” ou “falta de” interpretação (role-playing).
- Um possível desenvolvimento de Premissa Joguista Inicial do “vampiro” pode ser: “Meu personagem pode ganhar mais status e influência do que outros jogadores e de outros personagens na intriga continua entre os vampiros?”
- Outro pode ser: “Meu personagens vampiro consegue sobreviver aos esforços do cruel e determinado caçador de vampiros humano?”
- A vida de um amigo vale a segurança de uma comunidade?
- O amor e o casamento superam uma fidelidade a uma causa política?
- E muitos, muitos mais – toda a gama da literatura, dos mitos e das histórias de todos os tipos.
- Um possível desenvolvimento da Premissa Narrativista Inicial do “vampiro”, com uma forte ênfase no personagem, poderia ser: “Qual é o direito de do vampiro em sustentar a imortalidade matando os outros? Até onde a justificativa é válida?”
- Outra, com uma forte ênfase na campanha, pode ser: “vampiros são divididos entre explorar impiedosamente o carinho e amor da vida das pessoas, e de que lado você está?“
- Personagem: altamente internalizado, jogo de personagem-experimental, por exemplo, a abordagem Turku. (Nota do Tradutor: eu não soube deduzir o que é Abordagem Turku…) Um possível desenvolvimento da Premissa do “vampiro” em termos de Exploração de Personagem poderia ser: “Qual é a sensação de ser um vampiro?”
- Situação: personagens bem definidos e tarefas, até inclusive um roteiro meta-jogo. Um possível desenvolvimento da Premissa do “vampiro” em termos da Exploração da Situação poderia ser: “O que o mestre vampiro quer que eu faça?”
- Ambiente: um foco forte sobre os detalhes, profundidade e amplitude de um determinado conjunto de material de origem. Uma possível desenvolvimento da Premissa do “vampiro” em termos de Exploração de Ambiente poderia ser: “Como as intrigas políticas dos vampiros mudaram a história política humana?”
- Sistema: um forte enfoque sobre o mecanismo de resolução e todas as suas nuances, estritamente dentro-do-mundo-do-jogo, em termos simples. Um possível desenvolvimento da Premissa do “vampiro” em termos de Exploração do Sistema seria: “Como fazer várias armas que firam ou não um vampiro, em simples detalhe?
- Qualquer combinação ou reforço-mútuo dos elementos acima é bem adequada a esta forma de jogar.
A chave para o Jogo Simulacionista é imaginar que os recursos designados é prioridade sobre qualquer outro aspecto do role-play, mais especificamente sobre quaisquer preocupações meta-jogo. O nome Simulacionismo refere-se à prioridade dada à resolução do recurso Exploração in-game, internamente em termos simples.
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Logo mais continuarei o Capítulo 2 desse grande ensaio sobre Jogos de Interpretação de Papeis. Preferi dividir o 2º Capítulo para uma boa compreensão de todos, e também para não ficar um texto muito grande e difícil de digerir. Repetindo, quaisquer erro que eu ou os senhores encontrem, seja em interpretação ou tradução, poderá ser corrigido por mim em algum [EDIT] futuro.
Próxima Tradução: GNS 2 – Gamism, Narrativism e Simulationism (Segunda Parte)
Anterior: GNS 1 – Exploração