Inovação no RPG, ou chega da mesma coisa sempre!

inovação no rpg

Se você está cansado de sempre fazer ou utilizar dos mesmos recursos no seu RPG de mesa favorito, que tal inovar? Venham ver o artigo sobre inovação no RPG.

Inovação no RPG

Saudações aventureirxs!

Muitas mesas de RPG onde alguns ou todos os jogadores já são veteranos, procuram sempre inovar na narrativa, ou até adicionando itens narrativos novos. Será que essa tática funciona?

É público que muitas mesas ficam com medo de mudar seu sistema preferido, ou quando não possuem esse medo, preferem partir para experimentar outros sistemas à procura de algo novo que seu sistema antigo não proporcionava.

É bem arriscado, principalmente quando lidamos com mesas onde os participantes lutam com algo fora do jogo: a falta de tempo para se reunir e jogar com os amigos.

No artigo de hoje, vamos instigar você, tanto narrador/mestre quanto jogador, a sair da sua zona de conforto, e procurar inovação no RPG de mesa, seja o “arroz com feijão” que você sempre joga, ou em um sistema novo que está começando a jogar.

Inovação no RPG
Acabou a magia? Não tem problema!

Saindo da Zona de Conforto dos Sistemas de RPG

Não tem problema nenhum você buscar inovação no RPG de mesa costumeiro. É até saudável para a mesa que você permita recursos, ferramentas e regras opcionais para poder colocar algo mais nela. Vamos dar algumas dicas abaixo:

Permita novas regras, caseiras ou opcionais

Muitos sistemas de RPG de mesa ofertam regras opcionais, ou até ensinam a criar novas regras. Que tal selecionar e usá-las, ou até, substituir as regras normais por regras opcionais, fora da casinha? Procurar inovação no RPG?

Observe quais regras dariam um novo vigor a sua mesa. Pode ser uma nova regra de iniciativa, de movimento, ou até novas opções para construção de personagens. Não tenha medo de inovar.

Transformando personagens

Que tal mudar seu personagem, mantendo sua personalidade, raça e histórico?

Uma boa opção é deixar os jogadores experimentarem, conforme o jogo caminha, novas opções de construção de personagens, mantendo as características do mesmo. Explico.

Alander, o elfo do sol, pode começar os níveis iniciais da aventura como um bruxo, mas lá na frente, pode mudar para feiticeiro, mago, bardo, etc…

O importante é manter a essência do personagem, sem descaracterizar ele por completo. Ou até fazer isso. O elfo pode simplesmente deixar de ser conjurador e partir para uma nova carreira, como… bárbaro ou até paladino!

A palavra de ordem aqui é experimentação. É possível também usar essa tática como adequação ao grupo, para que ele seja coeso, mas aí é assunto para um outro tópico.

Cenário “arroz com feijão”?

Por que seguir exatamente como está escrito o cenário? Que tal adicionar algo que surpreenda os jogadores?

Uma boa ideia é adicionar elementos que normalmente não estariam presentes em determinado cenário. Isso fucionou em alguns cenários já publicados no passado.

Que tal fantasia com magia, tecnologia e “robôs”? Que tal colocar armas de fogo ou de laser? Ou pegar um cenário de fantasia tradicional e evoluir ele até a modernidade, com tecnologia rivalizando magia?

Essa abastração narrativa pode ser feita também com cenários diversos, como investigação. Que tal pegar os mythos (a galerinha de Cthulhu) e fazer uma campanha em uma estação espacial em 2166?

Eu já disse que adicionasse laser?

Confunda os jogadores

A inovação no RPG parte da premissa da surpresa e sair da zona de conforto, tanto dos mestres quanto jogadores.

Jogadores acostumados com o sistema que jogam há anos precisam ser desafiados. Comece modificando algumas “vacas sagradas” dos sistemas.

Que tal uma medusa que não petrifique, mas tenha raios desintegradores nos olhos? Apelativo? Não, inovador!

E um dragão que não voa, mas cava e ataca por baixo? E kobolds cultos? E orcs catedráticos estudantes de magia? Gnolls pacifistas?

A palavra é inovar e surpreender. Coloque sua cabeça para pensar!

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Beholder-Tarrasque-Demilich? Por que não?

Misturando!

Ainda no campo dos monstros e raças humanóides, uma sugestão é criar raças mistas. Um meio kobold e meio elfo? E pode?

No RPG, tudo é possível com a conivência do mestre. Crie tabelas para misturar raças, classes e profissões.

Uma boa é criar também uma tabela de mutações, com características úteis e inúteis. Um meio orc e meio genasi do fogo tem a pela vermelha e quando respira, expira fumaça… Não é excelente?

Quebrando os conceitos da lógica!

O mal de muitos jogadores de RPG é achar que o RPG tem que ter alguma lógica, seja ela física/química ou biológica. Ledo engano.

Coloque os personagens com habilidades inerentes, como todos voam (Dragon Ball Z?), ou todos respiram dentro dágua.

Coloque uma fraqueza, como ferro frio ou pimenta. Crie e inove!

Se o sistema é mais puxado para a realidade, adicione o sobrenatural. Que tal armas de fogo que lançam rajadas mágicas invés de projéteis? Agora se ele é fantástico o suficiente, adicione toque de realidade. Burocracia para jogar mágicas, porta armas, etc.

Maximize os atributos/habilidades, dando uma opção maior. Coloque-os como deuses entre os mortais, ou pertencentes a uma raça/etnia/nação que vive em segredo, pois existe um novo mundo lá fora.

Exercício de criação

Uma boa estratégia de inovação é:

  • Escolha um número de 1 a 10. Opte por mais.
  • Com esse número, escolha entre épocas históricas, livros, filmes, desenhos animados, RPGs, jogos de vídeo games, quadrinhos, músicas, etc.
  • Pegue um ítem narrativo de cada escolha que você fez.
  • Bum! Cenário criado!

Um exemplo que fiz. Escolhi o número 5. Peguei o cenário do filme Equilibrium, adicionei Hogwarts dos livros de Harry Potter, com os exterminadores de Exterminador do Futuro, com a motivação de God of War (Playstation 2/3/4), com o tema de Caverna do Dragão.

Minha história:

Jovens descobrem um armazem com uma máquina do tempo/viagem dimenssional, e ativam acidentalmente. Acabam indo para um futuro disópico, onde é proibido ter emoções, e a sociedade é controlada por um homem que se acha deus, e um exército de máquinas opressoras. Um dos jovens, o mais carismático (NPC) é morto por esse chefão. Os jovens acabam se refugiando em uma escola de magos-tecnomantes em decadência, e são treinados para destruir o chefão opressor, que tem o meio deles voltarem para casa e conseguir a vingança pela morte do amigo.

Que tal?

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Shadowrun da New Order Editora é um RPG fora da caixinha.

Pegue tudo, partes ou nada

As dicas apresentadas nesse artigo são puro exercícios de abstração, um meio para que você, jogador ou mestre, saibam que o RPG não é limitante de sua imaginação, mas sim um estopim para que você fluir com ela.

Os sistemas foram criados pelos seus designers para que você se divirta com eles, mas não quer dizer que são regras pétreas que deverão ser seguidas à risca. Desafie-se em criar com a ajuda delas, ou rejeite-as.

Se você não se sente confortável com o que foi apresentado, apenas ignore. Seu RPG é o que você faz. Se você está se divertindo do jeito que está, então o objetivo do jogo já foi alcançado.

Aguardo suas observações nos comentários.

E rolem dados!